quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Eu tinha certeza que você viria!

Um filho pergunta à mãe:
- Mãe, posso ir ao hospital ver meu amigo? Ele está doente!
- Claro, mas o que ele tem?
O filho, com a cabeça baixa, diz:
- Tumor no cérebro.
A mãe, furiosa, diz:
-E você quer ir lá para quê? Vê-lo morrer?
O filho lhe dá as costas e vai...
Horas depois ele volta vermelho de tanto chorar, dizendo:
- Ai mãe, foi tão horrível, ele morreu na minha frente!
A mãe, com raiva:
- E agora?! Tá feliz?! Valeu a pena ter visto aquela cena?!
Uma última lágrima cai de seus olhos e, acompanhado de um sorriso, ele diz:
- Muito, pois cheguei a tempo de vê-lo sorrir e dizer:
'- EU TINHA CERTEZA QUE VOCÊ VINHA!'

Moral da história: A amizade não se resume só em horas boas,alegria e festa. Amigo é para todas as horas, boas ou ruins,tristes ou alegres.
CONSERVEM SEUS AMIGOS(a)! PERDOE DE DISAVENSAS QUANDO HOUVER, SEJA FELIZ AO LADO DELES PORQUE O VALOR QUE ELES TÊM NÃO TEM PREÇO...


domingo, 29 de agosto de 2010

A Explosão da Cultura Espírita


A religião assume uma face moderna e cresce entre os jovens

Por Martha Mendonça

A top model Raica Oliveira, de 22 anos, foi criada na religião espírita. Nascida em Niterói, mora hoje a maior parte do ano em Nova York por conta de compromissos profissionais. Quando está nos Estados Unidos, Raica vai ao centro Casa São José, na cidade vizinha de New Jersey, freqüentado por brasileiros como Divaldo Pereira Franco e Raul Teixeira - considerados médiuns pelos adeptos da doutrina. "Do que mais gosto na minha religião é a idéia de que podemos sempre voltar à Terra de novo e aperfeiçoar nosso espírito", diz Raica, o rosto do espiritismo jovem. "Sempre temos uma segunda chance."




Raica, Raul e Divaldo são, segundo uma reportagem publicada recentemente no jornal americano The New York Times, as faces visíveis de um novo fenômeno: a abertura de centros espíritas nos Estados Unidos dirigidos por brasileiros, freqüentados pela comunidade latina e também por americanos. O Brasil não é apenas o maior país católico do mundo. É também a nação com maior número de espíritas, cerca de 20 milhões de pessoas, segundo os números oficiais. E, agora, tornou-se também o principal pólo difusor da religião fundada e sistematizada pelo francês Allan Kardec.


Esse "novo espiritismo" preserva os pilares básicos da religião: a imortalidade do espírito, sua reencarnação e evolução, além da possibilidade de comunicação entre vivos e mortos. Mas se baseia muito mais em leituras e na introspecção que em rituais ou sessões que invocam supostas forças do além. São incentivadas também as duas práticas mais fortes da doutrina: a caridade e a tolerância religiosa. O espiritismo vem crescendo no Brasil, principalmente entre jovens de classe média. No site de relacionamentos Orkut, já existem 366 comunidades sobre "espiritismo" e outras 808 quando se busca a palavra-chave "espírita".


A maior delas se chama simplesmente Espiritismo. Tem mais de 183.546 membros. Lá, as discussões variam desde assuntos simples, como o lançamento de um livro, até questões teóricas mais elaboradas, como a relação entre espíritos e Física Quântica. Curiosamente, a palavra "catolicismo" registra apenas 34 comunidades, e "católico" 421.


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística calcula que a doutrina espírita tem 20 milhões de adeptos no Brasil, afora os que professam o espiritismo como segunda religião. A doutrina cresceu cerca de 40% entre os últimos dois censos. Os dados do IBGE mostram que esse crescimento se deu principalmente nos estratos mais ricos e escolarizados da população. A renda dos espíritas é 150% superior à média nacional, e 52% deles ganham acima de cinco salários mínimos. Entre os espíritas, 77% têm entre oito e 15 anos de escolaridade, dez anos em média a mais que os católicos.

Além de Raica Oliveira, outras celebridades vêm aderindo ao espiritismo, embora poucas alardeiem professar a crença. Boa parte prefere tratar o assunto como algo privado. É o caso da atriz Cleo Pires, que herdou a fé de seu pai, o cantor Fábio Júnior, e dos avós maternos. O tenista Gustavo Kuerten recentemente se submeteu a um tratamento espírita, levado por seu fisioterapeuta, Nilton Petrone - o mesmo de Xuxa e Romário.

Sofrendo de dores nos quadris, Guga, aos 29 anos, recorreu a um tratamento espiritual no Lar do Frei Luiz, centro espírita da zona oeste do Rio. "Foi minha primeira experiência com o espiritismo. Estou mais calmo e equilibrado", disse Guga a revista ÉPOCA. Tecnicamente, o tratamento, ocorrido no dia 10 de junho, não foi uma cirurgia, pois não houve cortes. Guga seguiu o procedimento-padrão do centro. Primeiro, ficou por mais de uma hora na sala de orações, com mais de 50 pessoas. Depois, foi com um pequeno grupo para uma sala escura. "O tratamento espiritual não substitui a fisioterapia, apenas a complementa", diz Nilton Petrone.

O novo espiritismo que atrai gente como Raica ou Guga engendrou algo que se pode chamar de "cultura espírita". É natural, numa religião em que a leitura prevalece cada vez mais sobre o ritual, que a faceta mais visível dessa cultura sejam os livros. Vários deles atingiram a lista dos best-sellers. Sozinho, o mineiro Chico Xavier, é considerado o maior dos médiuns pelos adeptos da doutrina, vendeu (e ainda vende) 25 milhões de exemplares de seus mais de 400 livros, todos supostamente psicografados. Zibia Gasparetto, de 78 anos, já vendeu 5 milhões de exemplares de obras que afirma ter psicografado. Há dez anos não sai da lista dos dez best-sellers nacionais. Outro sucesso nas livrarias foi a coletânea de entrevistas Encontro com Médiuns Notáveis, escrita pelo músico e pesquisador Waldemar Falcão. O jornalista Marcel Souto Maior chegou à casa dos 300 mil exemplares nos últimos dez anos, desde que lançou a biografia As Vidas de Chico Xavier.

A principal característica da cultura espírita é que ela ultrapassa os adeptos da doutrina e até aqueles que têm o espiritismo como segunda religião. Para além dos livros que fazem sucesso com leitores de todas as crenças, os programas de televisão que tratam do assunto sempre conseguem uma larga audiência. A novela Alma Gêmea, da TV Globo, teve o melhor Ibope do horário das 6 na última década, impulsionada por uma história de reencarnação. Quando o folhetim foi ao ar, a Globo fez uma pesquisa qualitativa para saber a aceitação do tema entre os espectadores. Mesmo os que não eram espíritas aprovaram enfaticamente a trama e os personagens.O diretor-geral do programa Linha Direta, da TV Globo, Milton Abirached, diz que se assustou com a repercussão dos episódios que tocaram no tema do espiritismo. "A história sobre cartas psicografadas de 13 mortos do Edifício Joelma (prédio paulista que pegou fogo em 1974 e deixou 189 mortos) deu 30 pontos de audiência à meia-noite", afirma. No fim de maio de 2006, no município gaúcho de Viamão, região metropolitana de Porto Alegre, uma carta supostamente ditada por um morto ajudou na absolvição da ré Iara Barcelos, de 63 anos, acusada de ser mandante de um crime. O júri ficou sensibilizado pela mensagem, que seria da vítima, o tabelião Ercy da Silva Cardoso. Na carta, Ercy afirmava a inocência de Iara.

A cultura espírita já chegou aos Estados Unidos. Filmes arrasa-quarteirão como Ghost, de 1990, já mostravam o apelo de temas como a comunicação entre vivos e mortos. Agora, começa a fazer sucesso na televisão americana a série Medium. Nela, uma mulher psicografa mensagens que ajudam a desvendar crimes. A protagonista da série é baseada numa personagem real, a americana Allison Dubois, cujo livro Não É Preciso Dizer Adeus lançado no Brasil. Citado na reportagem do The New York Times, o espírita Divaldo Pereira Franco, afirma acreditar no crescimento da doutrina nos Estados Unidos, onde começou a fazer palestras em 1962. "Em minha última palestra, em Baltimore, 70% da platéia era de americanos", diz Franco. Em Nova York foram criados dez centros espíritas na última década. Em New Jersey, mais seis.

O que explica a adesão crescente da classe média ao espiritismo? Quem responde é o sociólogo Flávio Pierucci, da Universidade de São Paulo, autor de A Realidade Social das Religiões no Brasil: "O espiritismo é uma religião confortável. Ela suaviza o drama da morte e dá respostas lógicas ao que acontece de bom ou ruim. Sem falar que podemos levar créditos ou débitos para outras vidas". Pierucci considera que há três razões pelas quais o "novo espiritismo" atrai tantos adeptos entre a classe média:


1) A doutrina espírita se baseia num conjunto de idéias muito bem sistematizado e, portanto, passível de aceitação racional.


2) Ela é flexível e acolhe gente de todas as religiões.


3) A forma original da religião fundada por Kardec de lidar com a questão da morte.

Para entender cada um desses motivos, é preciso fazer um breve histórico da religião espírita. As idéias que alicerçam o espiritismo foram sistematizadas pelo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, nascido em Lyon em 1804. Ele passaria para a História sob o pseudônimo de Allan Kardec - que seria o nome de um druida, supostamente sua encarnação anterior. Nascido em uma família de magistrados católicos, ele decidiu seguir também o caminho da educação e sempre lutou pela democratização do ensino público na França. Em 1854, Kardec se interessou pelo fenômeno então conhecido como "mesa giratória". Nos salões elegantes, após os saraus, gente da alta sociedade costumava se sentar em torno dessas mesas para, segundo acreditavam, dialogar com os espíritos. Utilizando recursos supostamente mediúnicos dos presentes, as entidades desencarnadas se manifestariam. Segundo os historiadores, o fenômeno foi a coqueluche da sociedade francesa de 1853 a 1855. Os eventos das mesas giratórias ganharam dezenas de reportagens dos jornais europeus.

Kardec mergulhou nesse universo por três anos, até estruturar uma doutrina que, segundo ele, unia os conhecimentos científico, filosófico e religioso. Ele escreveu sua obra básica, O Livro dos Espíritos, em 1857. O livro é resultado dos diálogos que Kardec afirmava ter estabelecido com espíritos desencarnados nas diversas reuniões mediúnicas de que participou. Kardec não dizia ser médium. Afirmava valer-se de um método científico para conferir a veracidade dos diálogos. Dizia ouvir a voz de diferentes espíritos por meio de diferentes médiuns, para cotejar as versões. A obra se estrutura em 1.019 tópicos, no estilo pergunta e resposta. O Livro dos Espíritos serviu de base para mais quatro obras de Kardec: O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese. Como há outras religiões espiritualistas - que crêem na vida além da matéria -, criou-se a expressão "kardecismo" para diferenciar a doutrina de Kardec das outras. O termo, porém, é considerado errôneo pela Federação Espírita Brasileira (FEB). Chamar o espiritismo de kardecismo é considerado redundância. Kardec morreu em 1869.

Quando Kardec codificou sua doutrina, deu-lhe um revestimento científico. É essa roupagem racional o primeiro motivo para o sucesso do espiritismo no mundo moderno. "Razão e fé não estão em pólos opostos. Cremos em algo lógico, não místico", diz o presidente da Federação Espírita Brasileira, Nelson Masotti. "Seria difícil seguir uma religião que não estimula a discussão e o conhecimento", diz o engenheiro carioca Ricardo Danziger, de 47 anos, filho de mãe católica e pai judeu. Toda a sua família - a mulher, Ana Cristina, e os filhos adolescentes, Ricardo e Júlia - professa a religião espírita e freqüenta o mesmo centro, o Lar Teresa, no bairro carioca de Copacabana.

Ao contrário do que se possa imaginar, quem entra num centro espírita não vai encontrar médiuns se contorcendo ou sessões de exorcismo coletivo. Centros espíritas são, mais que tudo, espaços de leitura, discussão e prece. Nas reuniões dos espíritas, normalmente há primeiro uma leitura de um dos livros de Kardec. Depois uma palestra, em que um participante do centro apresenta suas interpretações sobre algum ponto da doutrina. Por fim, há o passe, momento em que o médium (não necessariamente incorporado) diz trocar energia com os presentes. Ao fundo, oração coletiva e, em muitos casos, luz mais fraca.

A segunda razão para o crescimento do espiritismo é a flexibilidade da doutrina. Avessos a fundamentalismos, hierarquias, sacerdotes, altares e ídolos, os espíritas acolhem pessoas de todas as religiões. Não há exigências na atitude, no vestuário ou cobrança financeira. Adeptos de outras religiões costumam se envolver com o espiritismo sem necessariamente abandonar as crenças originais. "Somos avessos ao fundamentalismo. Daí ser tão importante o estudo e a leitura", afirma o carioca Raul Teixeira, considerado pela Federação Espírita Brasileira um dos maiores médiuns do país. "Quem se digladia com outras religiões mostra falta de maturidade na fé. Quando você não crê o suficiente, quer convencer os outros para convencer a si mesmo."Uma pesquisa realizada pela Federação Espírita Brasileira em São Paulo e no Rio Grande do Sul mostra que apenas um em cada quatro freqüentadores de centros se considera oficialmente espírita. "Não temos dogmas, santos, hierarquia. Há respeito por todas as crenças", diz o economista carioca André Menezes Cortes, de 36 anos. Nascido em uma família católica, hoje ele é adepto da doutrina de Kardec.

A terceira e principal razão para que o espiritismo tenha tantos adeptos é a maneira como a religião fundada por Kardec lida com a questão da morte. Para os espíritas, ela não é o fim de tudo. É possível ter outras vidas e nelas resolver assuntos pendentes de encarnações passadas. É algo semelhante ao que os budistas costumam chamar de carma, uma espécie de "preço" pago nas diversas vidas rumo à evolução espiritual. Para os cristãos, a vida é uma chance única: resolva tudo agora e salvará sua alma - ou arderá no inferno. O budismo e o hinduísmo admitem a reencarnação (gráfico na sequencia da matéria). Só o espiritismo, no entanto, diz possibilitar a comunicação entre "encarnados" e "desencarnados". Segundo os espíritas, é possível trocar mensagens orais ou escritas por meio dos médiuns.

Chico Xavier foi o maior deles. Escreveu mais de 400 livros. Mulato pobre, nascido em Pedro Leopoldo, no interior de Minas Gerais, Chico foi perseguido e investigado desde os anos 30, quando sua fama se alastrou pelo país. Nessa época, ele psicografava textos de escritores e poetas desencarnados, que guardavam, para espanto geral, incrível semelhança com o estilo original. Nas décadas que se seguiram, Chico se tornou referência no mundo do espiritismo. Isso resultou em verdadeiras romarias a sua casa, em Uberaba, em Minas, para onde se mudou em 1959 e onde morou até morrer, aos 92 anos, em 2002.

A doutrina de Kardec chegou ao Brasil logo depois de ter sido divulgada no Livro dos Espíritos, por meio de um grupo de franceses que moravam no Rio, então capital do Império. Foi rapidamente absorvida por uma elite. Com o tempo, começaram as primeiras repercussões de supostos eventos mediúnicos e tratamentos espirituais. A partir de 1890, um movimento liderado por médicos, apoiados por juristas, resultou em perseguição ao espiritismo. "De certa forma, naquele momento, a doutrina concorria com a medicina",diz a antropóloga Sandra Stohl, autora do livro Espiritismo à Brasileira, baseado em sua tese na Universidade de São Paulo.

Foi o médico Adolfo Bezerra de Menezes, na primeira metade do século XX, quem deslocou o foco da doutrina da ciência para a caridade. Essa ênfase se tornou uma característica marcante do espiritismo brasileiro. Estima-se que meio milhão de pessoas no país recebam ajuda de alguma entidade espírita.A própria Federação Espírita Brasileira iniciou um trabalho social em 1884, ano de sua fundação. Hoje ela dá assistência a aproximadamente mil famílias, além de manter uma creche para 800 crianças na cidade de Santo Antônio do Descoberto, em Goiás.

As Casas André Luiz, de São Paulo, atendem pacientes com problemas de saúde mental - 630 em regime de alojamento e 800 em regime ambulatorial. A assistência se estende à família do doente, já que quase todos os pacientes são muito pobres. Divaldo Franco, aquele que também atua nos Estados Unidos, mantém em Salvador a Mansão do Caminho. Desde 1947, a entidade já prestou atendimento médico e odontológico a mais de 30 mil pessoas.Vivemos num mundo cada vez mais competitivo, em que muitas vezes a caridade é deixada em segundo plano. A época atual é também de recrudescimento de fundamentalismos que sufocam a liberdade religiosa. Num tempo assim, a acolhida cada vez maior da mensagem espírita, fundamentada na tolerância e solidariedade, é um fato a comemorar.

Fonte: Revista Época - Ed. 523 - 26/05/2008

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

IBGE - Orientação da FEB

ATENÇÃO!
Considerando que, segundo informações, o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística – IBGE, na pesquisa destinada ao Censo demográfico nacional caracterizou os espíritas como Kardecistas;
Considerando que a Federação Espírita Brasileira – FEB, não foi consultada por aquele órgão sobre o assunto;
Considerando que a esta altura, não há tempo hábil de tentar mudar programação estabelecida pelo IBGE;
Considerando ainda que a pesquisa nacional já se encontra em curso;
RECOMENDAMOS A TODOS OS ESPIRITAS QUE, AO SEREM CONSULTADOS PELOS PESQUISADORES DO IBGE E VISANDO A INCLUSÃO DE TODOS NA CONTAGEM QUE SE REALIZA, DECLAREM-SE KARDECISTAS, UMA VEZ QUE NO FORMULÁRIO DO CENSO NÃO FOI REGISTRADA A PALAVRA ESPÍRITA.
Brasília, 02 de agosto de 2010-08-02
Federação Espírita Brasileira
Nestor João Masotti
Presidente

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

IBGE - Espíritas ou Kardecistas?

"Como já é de conhecimento de muitos, a partir do dia 2 de agosto o IBGE iniciará o CENSO 2010. Nesta atividade, todas as residências do território brasileiro serão visitadas por um agente do IBGE que aplicará um dos seguintes questionários: Básico: Um questionário curto e rápido
Amostra: Um questionário bem maior, que durará em torno de 50 minutos sua aplicação.
Neste último constará uma pergunta, cuja resposta é de fundamental importância para nós Espíritas. A pergunta é: Qual a sua religião?

Claro, que muitos de nós responderemos: ESPIRITA.

Infelizmente, se respondermos assim, seremos cadastrados como SEM OPÇÃO RELIGIOSA.

É que para o IBGE, o termo ESPIRITISMO é considerado genérico, ou seja, pode se referir a toda religião, culto ou seita que envolva questões do campo da mediunidade. Nós sabemos que muitas pessoas adeptas da Umbanda, por exemplo, se consideram Espíritas umbandistas e o mesmo equivoco ocorre com outras denominações como espírita esotérico, espírita de mesa, etc. O fato é que ao invés de respondermos ESPÍRITAS, temos que responder KARDECISTAS, pois é esta a denominação dada pelo IBGE ao que para nós é simplesmente ESPÍRITA. O mesmo acontece com aqueles que responderem CATÓLICO ou EVANGÉLICO, os quais, para o IBGE, também são considerados termos genéricos e serão cadastrados como “Sem opção religiosa”.

Quem estuda a Doutrina Espírita reconhece o equívoco do IBGE, que na intenção de diferenciar determinadas práticas e jeitos de pensar, adotou termos mais específicos, para eles, como kardecista.

CUIDADO: Ao responder o questionamento do recenseador não digam ESPÍRITA e esperem o recenseador perguntar mais detalhes, pois ele não perguntará. A pergunta é direta e a resposta deverá ser uma só.

O problema nisso tudo é que esta visão do IBGE ao cadastrar tais informações trás grandes possibilidades de obter dados que não condizem com a nossa realidade. Neste caso é importante que digamos que somos “kardecistas” , mas algo deve ser feito perante essa situação, alguma mobilização, não que os termos venham a ser corrigidos desde já, pois não há tempo para isso, mas para que daqui a 10 anos, nos próximos Censos o mesmo equívoco não continue..."

Jorge Hessen

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Um raio de luz

O gabinete daquela escola de ensino médio se convertera, por alguns momentos, em palco para uma cena constrangedora.
Um aluno de 16 anos de idade estava ali, sentado, cabeça baixa, pensamento em desalinho, aguardando a sentença final.
Os pais, desolados, olhavam em silêncio para o filho, sem saber o que dizer diante daquele momento acerbo.
Vários de seus professores já haviam dado seus depoimentos, todos desfavoráveis ao jovem rebelde.
Se o garoto fosse expulso seria um peso a menos na sua árdua obrigação de ensinar...
Se se livrassem daquele estorvo sua tarefa ficaria mais leve, talvez pensassem alguns daqueles educadores.
O silêncio enchia a pequena sala, quando chegou o último professor para dar seu parecer sobre a questão: era o professor de física.
Homem maduro, lúcido, educador por excelência, sentou-se e, antes de dizer qualquer palavra, olhou detidamente nos olhos de cada uma daquelas criaturas ali sentadas, e sentiu-se extremamente comovido diante da situação.
Como poderia ajudar a resolver a questão sem prejuízo para o seu aluno? Afinal, para aquele nobre mestre, expulsar um aluno seria decretar a própria falência como educador.
Então, ele olhou carinhosamente para a mãe e perguntou:
- O que está havendo? O que aconteceu para que a situação chegasse a esse ponto?
Tamanha era a vibração de ternura que emanava da voz suave do educador, que a mãe se sentiu amparada na sua desdita e decidiu falar.
Olhou com afeto para o filho, e, num tom de extremado carinho disse:
- Meu filho!
O jovem, diante da pequena frase que ecoou em seu íntimo com mais força do que mil palavras de reprimenda, desatou a chorar...
Chorou e chorou, compulsivamente...
A comoção tomou conta do gabinete e as lágrimas rolaram quentes dos olhos daqueles pais sofridos, e também do professor e da diretora.
Após quase meia hora, as lágrimas foram cedendo lugar a um certo alívio, como se uma chuva de bênçãos tivesse lavado o travo de fel que pairava sobre a pequena assembléia...
Quebrando o silêncio, o garoto falou:
- Mãe, posso lhe prometer uma coisa? Vocês nunca mais virão à escola por motivos como este.
Um ano se passou, e a promessa que o jovem fez se cumpriu.
Um dia, o professor encontrou seu aluno no corredor da escola e lhe fez a pergunta que há muito desejava fazer:
- O que fez você mudar, aquele dia, no gabinete?
E o jovem respondeu, um tanto constrangido:
- É que minha mãe nunca havia me chamado de meu filho. Aquelas duas palavras, professor, pronunciadas pela minha mãe com uma sonoridade espiritual tão profunda, foram o suficiente para eu mudar o rumo da minha vida...
O rapaz se despediu e se foi, deixando o mestre absorto em seus pensamentos...
Em sua mente voltou a cena daquele dia distante, em que adentrou a pequena sala do gabinete...
Em suas conjecturas se perguntou sobre qual seria a situação daquele moço, se tivesse sido expulso da escola naquela oportunidade...
Pensou também na força da pequena frase: meu filho! E ficou a imaginar quão poderoso é o afeto de mãe.
E, como homem notável e admirável educador, concluiu, em seus lúcidos raciocínios: o dia que as mães quiserem, elas mudarão o mundo.
* * *
E foi assim que essa história teve um final feliz...
Um final feliz graças ao pequeno gesto de um professor...
Seu gesto foi como um raio de luz que penetrou aqueles corações com tamanha suavidade, que foi capaz de mudar para sempre a vida daquela família...
Pense nisso sempre que o seu parecer for solicitado diante de qualquer situação.
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em palestra proferida pelo Prof. Raul Teixeira, em Campo Largo-PR, no dia 10/12/05.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

''Eu!? Sentar ao lado de um negro?''...‏

Uma mulher branca, de aproximadamente 50 anos, chegou ao seu lugar na classe econômica e viu que estava ao lado de um passageiro negro.
Visivelmente perturbada, chamou a comissária de bordo.

'Qual o problema, senhora?', pergunta uma comissária..
'Não está vendo?' - respondeu a senhora - 'vocês me colocaram ao lado de um negro. Não posso ficar aqui. Você precisa me dar outra cadeira'
'Por favor, acalme-se' - disse a aeromoça - 'infelizmente, todos os lugares estão ocupados. Porém, vou ver se ainda temos algum disponível'.
A comissária se afasta e volta alguns minutos depois.
'Senhora, como eu disse, não há nenhum outro lugar livre na classe econômica.
Falei com o comandante e ele confirmou que não temos mais nenhum lugar mesmo na classe econômica. Temos apenas um lugar na primeira classe'.
E antes que a mulher fizesse algum comentário, a comissária continua:
'Veja, é incomum que a nossa companhia permita à um passageiro da classe econômica se assentar na primeira classe. Porém, tendo em vista as circunstâncias, o comandante pensa que seria escandaloso obrigar um passageiro a viajar ao lado de uma pessoa desagradável'.
E, dirigindo-se ao senhor negro, a comissária prosseguiu:
'Portanto senhor, caso queira, por favor, pegue a sua bagagem de mão, pois reservamos para o senhor um lugar na primeira classe.....'
E todos os passageiros próximos, que, estupefatos assistiam à cena, começaram a aplaudir, alguns de pé.

sábado, 8 de maio de 2010

Meu aprendizado poético

Você chegou de mansinho, mãe...
Como quem pisasse em películas de candura,
E disse coisas amenas e claras,
Numa combinação rara
De borbulhas de sonho
E aurora de sol:
- "Dorme, filhinha"...
E colocou-me no colo
E pediu que se apagassem as luzes da terra
Para que eu pudesse dormir
Recostada em seu peito.
Contou-me histórias de estrelas antigas
E de miragens bucólicas
Enluaradas de azul e poesia.
Beijou-me a face
E velou o meu sono,
Sempre a observar
A intensidade do meu estado febril.
A febre passou, mamãe,
E a minha infância também.
Mas a poesia e a magia
Do seu carinho,
NÃO.
Estas jamais passarão.

Nara Rubia Ribeiro

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A Samambaia e o Bambu

Certo dia decidi dar-me por vencido.
Renunciei ao meu trabalho, às minhas relações, e à minha fé.
Resolvi desistir até da minha vida.
Dirigi-me ao bosque para ter uma última conversa com Deus.
“Deus, eu disse: Poderias dar-me uma boa razão para eu não entregar os pontos?”
Sua resposta me surpreendeu:
“Olha em redor Estás vendo a samambaia e o bambu?”
“Sim, estou vendo”, respondi.
Pois bem. Quando eu semeei as samambaias e o bambu, cuidei deles muito bem.
Não lhes deixei faltar luz e água.
A samambaia cresceu rapidamente.
Seu verde brilhante cobria o solo.
Porém, da semente do bambu nada saía.
Apesar disso, eu não desisti do bambu.
No segundo ano, a samambaia cresceu ainda mais brilhante e viçosa.
E, novamente, da semente do bambu, nada apareceu.
Mas, eu não desisti do bambu.
No terceiro ano, no quarto, a mesma coisa…
Mas, eu não desisti.
Mas… no quinto ano, un pequeno broto saiu da terra.
Aparentemente, em comparação com a samambaia, era muito pequeno , até insignificante.
Seis meses depois, o bambu cresceu mais de 50 metros de altura.
Ele ficara cinco anos afundando raízes.
Aquelas raízes o tornaram forte e lhe deram o necessário para sobreviver.
“A nenhuma de minhas criaturas eu faria um desafio que elas não pudessem superar”
E olhando bem no meu íntimo, disse:
Sabes que durante todo esse tempo em que vens lutando, na verdade estavas criando raízes?
Eu jamais desistiria do bambu.
Nunca desistiria de ti.
Não te compares com outros”.
“O bambu foi criado com uma finalidade diferente da samambaia, mas ambos eram necessários para fazer
do bosque um lugar bonito”.
“Teu tempo vai chegar” disse-me Deus.
“Crescerás muito!”
Quanto tenho de crescer? perguntei.
“Tão alto como o bambu?” foi a resposta.
E eu deduzi: Tão alto quanto puder!
Espero que estas palavras possam ajudar-te a entender que Deus nunca desistirá de ti.
Nunca te arrependas de um dia de tua vida.
Os bons dias te dão felicidade.
Os maus te dão experiência.
Ambos são essenciais para a vida.
A felicidade te faz doce.
Os problemas te mantêm forte.
As penas te mantêm humano.
As quedas te mantêm humilde.
O bom êxito te mantém brilhante.
Mas, só Deus te mantém caminhando..

Jesus te ama !!!!!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Chico Xavier - O Filme

"Fui ontem, na noite de estreia, assistir ao filme mais badalado dos últimos anos: Chico Xavier - O Filme. Sessões lotadas e muita expectativa. Uma expectativa que podia ser notada no semblante de cada um que encarava aquela fila. Uma salada etária e, provavelmente, recheada de muitos credos.

O filme é de uma beleza incrível. Conta a história de um dos maiores e mais respeitados espíritas do mundo - Chico Xavier - (interpretado nas três fases de sua vida por Matheus Costa, Ângelo Antônio e Nelson Xavier), desde a sua infância até a sua morte, ou melhor, até a sua desencarnação.

Com relação a filmes, costumo brincar dizendo que adoro saber o final antes de assisti-lo. E neste, em particular, disse a todos que estavam lá comigo, que já sabia o que aconteceria... que seria moleza. Disse em alto e bom tom: Fácil, fácil esse final: o Chico morre no final!

Sessão lotada, acomodamo-nos nas primeiras filas do cinema, e mesmo que tudo pudesse nos levar a uma pré-impressão do que seria o filme, qual o seu significado e qual o seu objetivo, engana-se quem imaginou que o filme seria uma propaganda ao espiritismo ou mesmo uma publicidade ao próprio Chico Xavier.

O filme é apenas a celebração de um grande homem, que este ano, caso estivesse vivo (encarnado), completaria um século de vida. Deste, seriam 96 anos de dedicação, não à doutrina espírita, mas à bondade, ao desejo de servir ao próximo. O filme emociona, alegra e nos faz refletir o quanto e por tão pouco sacrifício, fazer o bem é um exercício que fortalece a nossa alma.

A vida de Chico Xavier foi marcada por sacrifícios. Ele enfrentou-os e seguiu em frente. Ajudou e foi ajudado. Sobreviveu a uma enxurrada de acusações, críticas e desconfianças. Muitos de nós passamos por tudo isso.

Mas a grande virtude do Chico (a gente se sente tão íntimo do mestre espírita) foi, sem dúvida, a sua capacidade de transformar essas dificuldades a favor do bem. A bondade era sua, sempre presente, companhia.

O filme é extremamente lindo. Surpreendente a maneira como Daniel Filho (Diretor) retratou a vida e obra do Chico Xavier. O filme não tem a pretensão de formar novos seguidores do espiritismo. Mas não há um segundo sequer do filme que você, espírita ou não-espírita, não se emocione, não se questione. Muitos se verão neste filme.

Pois bem, recomendo a todos que venham assistir ao filme. Aqui, na sessão de estreia, além da beleza do filme, uma certeza: O Chico não morreu...

Enquanto houver a bondade, ele estará vivo. Eu errei o final do filme, mas o pós- filme me surpreendeu ainda mais... Encerra-se o filme e as pessoas saem... Silêncio... Um lindo silêncio... Coisa mais linda que eu já pude presenciar em um cinema em toda a minha
vida.

Obrigado Chico, esteja em Paz!

Vá assistir ao Chico. Eu recomendo."

Tarcisio Passos
Crítico de Cinema

domingo, 28 de março de 2010

Chico Xavier - Parte I

O médium de vida simples que se tornou o principal ícone do espiritismo tem seu centenário festejado com grandes produções no cinema, no teatro e na literatura
Eliane Lobato
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O FILME
O ator Nelson Xavier na pele de Chico (ao fundo): semelhança impressionante
Uma Minas Gerais agrária e bucólica é o pano de fundo adequado para a história de um menino em constante turbulência interna. Ele ouve vozes e vê pessoas mortas. Tachado de maluco, o garoto, nascido Francisco de Paula Cândido Xavier, sofre muito, especialmente nas mãos de uma madrinha católica que o considera pactuado com o diabo. A história deste menino que virou o maior médium brasileiro está contada no filme “Chico Xavier”, de Daniel Filho, que estreia no dia 2 de abril, data em que ele completaria 100 anos, se não tivesse desencarnado, como dizia, oito anos atrás. O fi lme — a que ISTOÉ assistiu em primeira mão (leia quadro) — é o carro-chefe de uma série de produções e homenagens, como lançamentos de livros, fi lmes inspirados em obras psicografadas, selo, exposições e seminários. Até uma novela da Rede Globo, que tem o espiritismo como tema, estreia, coincidentemente, no mês do centenário: “Entre Dois Amores”, escrita por Elizabeth Jhin.
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VIDA E OBRAChico Xavier na produção de Daniel Filho. E em Uberaba, no meio do povo.
O médium, cultuado em vida, ganha, na comemoração de seus 100 anos, visibilidade de superstar e vira fenômeno de mídia, algo que nunca esteve entre suas pretensões. Se existe mesmo vida após a morte, Chico Xavier deve estar feliz: seu legado ultrapassa, hoje, as barreiras religiosas e ele é reconhecido como o maior líder espiritual que o Brasil já teve. O espantoso alcance da obra de Chico Xavier explica tamanha agitação em torno de seu centenário. Mesmo quem não acredita em reencarnação, respeita este homem que psicografou mais de 400 livros e doou os direitos autorais de todos eles a obras de caridade. Chico Xavier viveu em uma casa humilde e levou vida modesta. É de Nelson Xavier, o ator com impressionante semelhança física com o médium e que o interpreta na fase adulta, a síntese de sua existência: “Ele viveu, efetivamente, o ‘amai-vos uns aos outros.’” O ator admite que o filme modificou suas crenças. “Como todo socialista eu também acreditava que o caminho da violência era o único possível, que os privilégios jamais serão abolidos sem confronto. Mas, agora, penso diferente.
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VIDA E OBRAO ator Ângelo Antônio, o médium quando jovem, e Chico psicografando.
O Chico me mostrou que o caminho do amor é que é o único possível.” A pregação do médium é comparada, hoje, à de Buda: mais ligada a uma filosofia de vida do que a uma religião. “A doutrina espírita pregada por Chico Xavier esclarece, conforta e consola”, resume o escritor Gérson Monteiro, também diretor da primeira rádio espírita do País, a Rádio Rio de Janeiro, e que vai lançar, este ano, “O que Ensina o Espiritismo” (Mauad). Sua análise coincide com a de Eurípedes Higino dos Reis, 60 anos, fi lho adotivo e herdeiro da patente Chico Xavier. “Meu pai não era procurado só por espíritas. Ao contrário, 70% das pessoas que o procuravam tinham outras religiões”, afi rma Reis. A expansão do espiritismo no Brasil está profundamente ligada à fi gura de Chico Xavier, que, para muitos, surgiu para complementar e atualizar os ensinamentos de Allan Kardec, o pai do espiritismo. O fi lão literário foi puxado por ele desde que publicou, aos 22 anos, sua primeira obra, “Parnaso de Além- Túmulo”. Hoje, existem no País aproximadamente 100 editoras especializadas e quatro mil títulos no mercado. Ao publicar obras romanceadas, o médium brasileiro cria uma nova forma, calcada mais na emoção, subjetividade e no lirismo, de apresentar a religião às pessoas.
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Antecessores como Kardec e Bezerra de Menezes redigiram, basicamente, livros doutrinários que mais se assemelhavam a tratados de sociologia, um trabalho mais científico e racional. “O romance espírita é um dos legados de Chico”, afirma Eduardo Re alefsky, pesquisador de comunicação religiosa da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ. “Kardec foi racional do início ao fim. Já Chico, colocou em prática um vasto conteúdo sentimental.” O médium também é responsável por deixar impressa uma nova visão, quase milenarista, do papel do Brasil dentro do desenvolvimento da doutrina espírita. Em um de seus livros, Chico Xavier defende a ideia de que o País seria o principal veículo para a difusão do espiritismo no mundo. “Coincidência ou não, o Brasil é considerado o local onde as ideias das religiões tiveram o maior desenvolvimento, ainda que a maior parte dos espíritas permaneça invisível para o IBGE”, diz Re alefsky, referindo-se ao Censo de 2000 que aponta como espíritas apenas 3% da população. Chico Xavier é o autor brasileiro de maior sucesso. Ele já vendeu quase o dobro dos livros de Paulo Coelho, nossa referência de best-seller literário. Seus 458 livros somam aproximadamente 45 milhões de cópias vendidas, segundo Cesar Perri, diretor da Federação Espírita Brasileira. “Somente ‘Nosso Lar’ tem 2,5 milhões de edições comercializadas em 15 idiomas”, afirma.
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Não por acaso, este livro também vai virar fi lme, sob a direção de Wagner de Assis. E, ao contrário do longa de Daniel Filho, será repleto de efeitos especiais, que foram supervisionados por Geoff D. E. Scott, da empresa canadense Intelligent Creatures (“Watchmen” e “Babel”, entre outros). “O filme se passa, em grande parte, numa cidade localizada em um outro plano, o espiritual. Este é o maior motivo da grande presença dos efeitos”, explica a produtora Eliane Britz. “É importante que o público acredite que as ações estão acontecendo em uma cidade praticamente real. Isso é fundamental para a história”, acrescenta ela. A previsão é de estreia em setembro. Outros três fi lmes também serão lançados – “E a Vida Continua”, com direção de Paulo Figueiredo, “As Cartas”, de Cristiana Grumbach, e “As mães de Chico Xavier”, com três assinaturas na direção, Glauber Filho, Joel Pimentel e Halder Gomes – todos baseados em obras psicografas pelo médium. Ao contrário, “Chico Xavier” é o único biográfi co. Grande parte da trama foi fi lmada em Tiradentes, Minas Gerais, onde aconteceram alguns fenômenos. Certo dia, uma forte chuva que caía sobre a cidade só não atingia o set de filmagem.
O médium popularizou a doutrina espírita ao criar obras romanceadas,
mais calcadas na emoção
Quando o diretor finalizou o trabalho e disse “Corta!”, a chuva despencou também no local onde artistas e técnicos estavam. “Chamo isso de sincronia de sinais”, disse Ângelo Antônio, um dos “Chicos” da produção. Ele se refere não somente a este episódio. O ator conta um outro fato surpreendente. A pedido de sua mãe, que conheceu o médium pessoalmente, ele interpretou um momento em que seu personagem recebia mensagens. A mãe, então, pediu que ele perguntasse ao espírito de Chico como estava a saúde dela. “E eu fui escrevendo. Depois, quando fui ler, era uma receita dizendo que ela deveria consumir fl or de mamão em determinada hora do dia.” Ele não sabe por que escreveu aquilo. Mas foi uma indicação certa: “Minha mãe estava com problemas no intestino, embora eu ainda não soubesse”, relembra. Para registrar estes fenômenos, a editora LeYa lançará outro livro de Marcel Souto Maior sobre os bastidores da produção.“Chico Xavier, a História do Filme de Daniel Filho” chegará às prateleiras também no dia 2 de abril, com tiragem inicial de 50 mil exemplares. “Conversei com o Tony Ramos, que é muito católico, sobre como foi estar no filme que fala do maior líder espírita do País.


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Chico passou a juventude em Pedro Leopoldo, de onde saiu por se sentir perseguido
Após a exibição do filme para a equipe, ele era um dos que mais se emocionaram”, conta Souto Maior. Até personagem de história em quadrinhos o médium será. Com desenhos de Rodolfo Zalla e roteiro de Franco de Rosa, “Chico Xavier em Quadrinhos” (Ediouro) contará a história da vida dele e trará, também, alguns textos psicografados pelo médium. O jeito calmo, humilde e simples dá a Chico Xavier uma aparência de fragilidade. Para conseguir repassar essa característica em seu fi lme, Daniel Filho disse ter pedido aos três atores que o interpretam em seu longa para mergulharem no universo do líder espiritual. “Eles ficaram em Uberaba durante algum tempo. Lá, foram cedidas roupas dele ao Nelson (Xavier) e um perfume ao Ângelo (Antônio). E o garoto (Matheus Costa) não rodou uma cena sem, antes, sentir a essência do perfume que ele usava”, conta Daniel Filho. Além de todas as obras culturais que divulgarão o nome de Chico Xavier e a doutrina espírita no Brasil, este ano, uma novela da Rede Globo, “Entre Dois Amores”, colocará em confronto a questão da vida após a morte e a ciência. “Tenho grande interesse pelo tema espiritualidade e pensei que podia trazer para a trama inquietações pelas quais todos passamos: De onde viemos? Para onde vamos?”, diz a autora do folhetim, Elizabeth Jhin.
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POPULAR Ele era muito querido pelo público.Nelson Xavier, caracterizado, consola Christiane Torloni, que interpreta uma mãe que perdeu o filho
Ela vai reproduzir a inquietação natural entre esses dois mundos aparentemente antagonistas defi nitivos, a ciência e a espiritualidade. Superstar também nas artes cênicas, a peça “Além da Vida” já foi vista, em diversas remontagens, por mais de dois milhões de pessoas – e voltará à cena, em abril, no Teatro Corinthians, em São Paulo. O ator e diretor do espetáculo, Renato Prieto, monta peças espíritas há 25 anos pelo Brasil afora e diz ser testemunha da fé leiga nos ensinamentos do médium. “As pessoas vão às minhas peças em busca de respostas: ‘De onde eu vim?’ ‘O que vim fazer aqui?’ ‘Para onde vou após desencarnar?’ E elas saem do teatro com um conceito que as tranquiliza”, diz Prieto. A esperança e a possibilidade de paz são os principais motes da obra de Chico Xavier. Uma de suas frases mais recorrentes – que ele dizia ter sido formulada pelo guia espiritual Emmanuel – afirma que “ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo. Mas qualquer um pode recomeçar e fazer um novo fim.”

Colaboraram: Adriana Prado, Caio Barretto Briso, Maíra Magro, Rodrigo Cardoso e Francisco Alves Filho

FILME PARA ARREBATAR MULTIDÕES
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INTÉRPRETES
O diretor Daniel Filho entre Nelson Xavier (à esq.) e Ângelo Antônio, que vivem o médium
O filme “Chico Xavier”, de Daniel Filho — ao qual ISTOÉ assistiu em primeira mão —, carrega uma extraordinária carga de emoção e deverá levar muita gente às lágrimas. Ainda menino, Chico (Matheus Costa) apanha muito da madrinha Rita (Giulia Gam em aparição relâmpago, mas brilhante), que chega a espetá-lo com um garfo na barriga. Jovem, já na pele de Ângelo Antônio, ele perde um de seus 13 irmãos, justamente o seu “braço direito”, vítima de derrame. No enterro, o pai diz, aos gritos, que ele é uma farsa incapaz de salvar alguém. O Chico adulto é interpretado por Nelson Xavier — que mais parece uma materialização do médium. E Christiane Torloni assina uma das cenas mais emocionantes quando sua personagem, Glória, entra no quarto do fi lho que já morreu e, abraçada a uma cama vazia, chora sua dor. Muitos espectadores vão se perguntar como a atriz, que perdeu um fi lho num acidente de carro na vida real, conseguiu encarar o papel. “Ela se concentrou, chorou, reviveu aquilo. Deixou aparecer a dor, deixou passar a realidade. Fico emocionado ao dizer isso porque o filho que ela perdeu era um afi lhado meu. E isso, inclusive, foi o que me deu coragem para fazer o convite”, disse Daniel Filho.
Baseado no livro “As Vidas de Chico Xavier”, de Marcel Souto Maior, o roteiro não foge das acusações de falsário que também existiram na vida do médium. Numa sessão espírita, uma mulher cospe em Chico Xavier dizendo que a carta que lhe entregara como sendo do filho desencarnado era uma grosseira fraude. Também um ex-assistente e sobrinho do médium, revoltado porque o tio o repreendera por cobrar consultas, dá entrevistas dizendo que as conversas com espíritos eram armação. Por incrível que pareça, um ombro amigo dos mais fiéis, desde a infância, é um padre católico (Pedro Paulo Rangel). No dia em que este padre morre, entretanto, Chico é escorraçado do velório pelo padre substituto (Cássio Gabus Mendes) — que se torna um obstinado pregador contra ele.
Mas nem tudo é tristeza. Também há humor. Como no dia em que o médium decide começar a usar uma ridícula peruca para esconder a calvície ou quando grita tanto dentro de um avião em turbulência que seu guia espiritual aparece para um curioso papo-cabeça. Afinal, não fica bem um médium ter tanto medo de morrer. Ao final, enquanto rolam os créditos, há imagens do próprio Chico relatando o episódio no programa “Pinga-Fogo”, da extinta TV Tupi. O elenco conta, ainda, com estrelas como Letícia Sabatella, Giovanna Antonelli, Tony Ramos, Cássia Kiss, Paulo Goulart e Luis Melo.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Carnaval - Outro lado da festa

Os preparativos para a grande festa estão sendo providenciados há meses.
As escolas de samba preparam, ao longo do ano, as fantasias com que os integrantes irão desfilar nas largas avenidas, em meio às arquibancadas abarrotadas de espectadores.
Os foliões surgem de diversos pontos do planeta, trazendo na bagagem um sonho em comum: “cair na folia”. Pessoas respeitáveis, cidadãos dignos, pessoas famosas, se permitem “sair do sério”, nesses dias de carnaval.
Trabalhadores anônimos, que andam as voltas com dificuldades financeiras o ano todo, gastam o que não têm para sentir o prazer efêmero de curtir dias de completa insanidade. Malfeitores comuns se aproveitam da confusão para realizar crimes nefastos, confundidos com a massa humana que pula freneticamente.
Jovens e adultos se deixam cair nas armadilhas viscosas das drogas alucinantes.
Esse é o lado da festa que podemos observar deste lado da vida. Mas há outro lado dessa festa tão disputada: o lado espiritual. Narram os Espíritos superiores que a realidade do carnaval, observada do além, é muito diferente e lamentavelmente mais triste. Multidões de Espíritos infelizes também invadem as avenidas num triste espetáculo de grandes proporções. Malfeitores das trevas se vinculam aos foliões pelos fios invisíveis do pensamento, em razão das preferências que trazem no mundo íntimo. A sintonia, no Universo, como a gravitação, é lei da vida. Vive-se no lugar e com quem se deseja psiquicamente. Há um intercâmbio vibratório em todos e em tudo. E essa sintonia se dá pelos desejos e tendências acalentados na intimidade do ser e não de acordo com a embalagem exterior. E é graças a essa lei de afinidade que os espíritos das trevas se vinculam aos foliões descuidados, induzindo-os a orgias deprimentes e atitudes grotescas de lamentáveis conseqüências.
Espíritos infelizes se aproveitam da onda de loucura que toma conta das mentes, para concretizar vinganças cruéis planejadas há muito tempo.
Tramas macabras são arquitetadas no além túmulo e levadas a efeito nesses dias em que momo reina soberano sobre as criaturas que se permitem cair na folia.
Nem mesmo as crianças são poupadas ao triste espetáculo, quando esses foliões das sombras surgem para festejar momo. Quantos crimes acontecem nesses dias...quantos acidentes, quanta loucura...
Enquanto nossos olhos percebem o brilho dos refletores e das lantejoulas nas avenidas iluminadas, a visão dos espíritos contempla o ambiente espiritual envolto em densas e escuras nuvens criadas pelas vibrações de baixo teor.
E as conseqüências desse grotesco espetáculo se fazem sentir por longo prazo.
Nos abortos realizados alguns meses depois, fruto de envolvimentos levianos, nas separações de casais que já não se suportam mais depois das sensações vividas sob o calor da festa, no desespero de muitos, depois que cai a máscara...
Por todas essas razões vale a pena pensar se tudo isso é válido. Se vale a pena pagar o alto preço exigido por alguns dias de loucura. Os noticiários estarão divulgando, durante e após o carnaval, a triste estatística de horrores, e esperamos que você não faça parte dela. Você sabia que muitas das fantasias de expressões grotescas são inspiradas pelos espíritos que vivem em regiões inferiores do além? É mais comum do que se pensa, que os homens visitem esses sítios de desespero e loucura durante o sono do corpo físico, através do que chamamos sonho.
Assim, é importante que busquemos sintonizar com as esferas mais altas, onde vivem espíritos benfeitores que têm por objetivo nos ajudar a vencer a difícil jornada no
corpo físico.
(Equipe de redação do Momento Espírita, baseado nos capítulos 6 e 23 do livro
“Nas Fronteiras da Loucura”, ed. Leal).
Transcrito do INFORMATIVO do Grupo Espírita Beneficente Maria Dolores da
cidade de Jales-SP – Edição nº 84 – Fevereiro de 2010


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Importância dos estudos doutrinários no Centro Espírita


O Centro Espírita é núcleo formador da educação moral e espiritual do homem, além de ser santuário de prece e de trabalho. "Os candidatos ao exercício mediúnico precisam estar bem conscientes de que se encontram diante de um dos mais sérios compromissos espirituais com a vida." (1) Antes mesmo de serem inseridos nos grupos mediúnicos, que os Centros Espíritas organizam para o cumprimento dessa bela e radiosa faculdade, os médiuns devem cientificar-se, com segurança e discernimento, do que seja a Doutrina Espírita. Será que os candidatos à tarefa mediúnica conhecem os princípios fundamentais deixados por Allan Kardec nas obras basilares e nas instruções complementares? Isso equivale afirmar que se pode falar em ensino espírita, se partirmos dos seus pressupostos básicos, ou seja, do acervo que existe nos livros da Codificação.

Nosso ponto de partida, nessa discussão, tem que ser o Sábio de Lyon, pois foi ele quem sistematizou o Projeto do Paracleto e criou os termos Espiritismo e Espírita. Destarte, no "Projeto 1868", Kardec esclarece que "um curso regular de Espiritismo seria professado com o fim de desenvolver princípios de Ciência e de difundir o gosto pelos estudos sérios. Esse curso teria a vantagem de fundar a unidade de princípios, de fazer adeptos esclarecidos e capazes de espalhar as idéias espíritas, além de desenvolver grande número de médiuns. "Considero esse curso de natureza a exercer capital influência sobre o futuro do Espiritismo e sobre suas conseqüências". (2)

O Movimento Espírita brasileiro, através da Casa-mater (FEB), criou o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita-ESDE, lançando, na década de 1980, uma campanha nacional para a adoção de um programa a ser cumprido nos Centros. Decorrido algum tempo, o ESDE não somente foi adotado com entusiasmo nas Casas Espíritas, como, atualmente, a FEB vem propondo um estudo mais aprofundado do conteúdo Espírita. Diversas casas espíritas implantaram esse programa e constataram sua praticidade, facilitando e melhorando a qualidade dos estudos. A rigor, em uma Casa Espírita equilibrada, o estudo doutrinário deve ter prioridade número UM. Essa é a ÚNICA forma de os grupos espíritas funcionarem de forma harmônica. O estudo sério não pode ser feito, proveitosamente, senão por homens sérios, perseverantes, isentos de prevenções e animados de uma firme e sincera vontade de chegar a um resultado satisfatório e, consequentemente, equilibrado. Quem se dispõe a dominar uma Ciência deve estudá-la de maneira metódica, começando pelo básico e seguindo o seu encadeamento de idéias. O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dê. Acontece o mesmo em nossas relações com os Espíritos. Se desejamos aprender com eles, temos de seguir-lhes o curso; mas, como entre nós, é necessário escolher professores e trabalhar com assiduidade".(3)

Na Pátria do Evangelho, um grande impulso para os bons estudos doutrinários aconteceu com o aparecimento do médium Chico Xavier, onde destacamos, em meados do século passado, os 16 livros da série "A Vida no Mundo Espiritual". Pois é! André Luiz não deve ser apenas lido. Para um melhor aprendizado, suas obras devem ser estudadas em profundidade. Não podemos deixar de mencionar, também, as contribuições valiosas de Yvonne A. Pereira, Pedro Franco Barbosa, Deolindo Amorim, Divaldo Franco, Francisco Thiesen e Juvanir Borges.

O Espírito Emmanuel define o Centro Espírita como a universidade da alma, o que nos leva a refletir que a atitude, tanto de quem ensina como de quem aprende, deve ser a de formar almas compenetradas de suas responsabilidades perante si mesmo e perante os outros. Os coordenadores dos cursos doutrinários devem evitar, a todo custo, o autoritarismo. Não pode dizer ao aprendiz: "Você é médium e tem que desenvolver a mediunidade"; nada mais ridículo que isso. Desenvolver a mediunidade não é receber Espíritos; é estar cada vez mais em sintonia com os bons Espíritos que nos acompanham, e para que isso aconteça, os médiuns têm que primar pela boa conduta, aprimorando-se moralmente.

Lembra o Espírito Verdade: "Espíritas: amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo".(4) Entretanto, a obrigatoriedade pelo estudo deve ser relativizado , pois muitos confrades não sabem ler e nem escrever. A relação ensino-aprendizagem é de grande utilidade, tanto para o educador como para o educando. Contudo, não transformemos o ensino-aprendizagem doutrinário em um acúmulo de informações e raciocínios, sem qualquer vínculo com as necessidades prementes do Espírito imortal.

Estudar Espiritismo requer atenção contínua, observação profunda e, sobretudo, como, aliás, todas as ciências humanas, a continuidade e a perseverança. Necessitamos de anos para fazer um médico medíocre e três quartas partes da vida para fazer um sábio, mas muitos querem obter, em algumas horas, a Ciência do infinito! Que ninguém, portanto, se iluda: "O estudo do Espiritismo é imenso; liga-se a todas as questões metafísicas e de ordem social; é todo um mundo que se abre diante de nós. Será de espantar que exija tempo, e muito tempo, para a sua realização?" (5) Os Centros, normalmente, adotam cursos ditos "básicos", com dois anos ou três de duração. Na esmagadora maioria deles, a carga horária média semanal é de uma hora e meia, perfazendo seis horas por mês. Levando-se em conta que metade dos meses de dezembro e fevereiro, e os meses inteiros de janeiro e julho são destinados às férias, temos nove meses de efetivo curso, o que equivale a 54 horas por ano. "Mas os que desejam conhecer completamente uma ciência devem ler, necessariamente, tudo o que foi escrito a respeito, ou pelo menos o principal, não se limitando a um único autor. Devem mesmo ler os prós e os contras, as críticas e as apologias, iniciar-se nos diferentes sistemas a fim de poder julgar pela comparação. Neste particular, não indicamos nem criticamos nenhuma obra, pois não queremos influir em nada na opinião que se possa formar". (6)

Há aqueles que crêem, unicamente, no trabalho de assistência social para ser considerado um respeitável espírita e um bom médium. Porém, vale refletir o seguinte trecho da obra "Paulo e Estêvão": Há dois mil anos Paulo diz: "É justo não esquecer os grandes serviços da igreja de Jerusalém aos pobres e aos necessitados, e creio mesmo que a assistência piedosa dos seus trabalhos tem sido, muitas vezes, sua tábua de salvação. Existem, porém, outros setores de atividade, outros horizontes essenciais. Poderemos atender a muitos pobres, ofertar um leito de repouso aos mais infelizes; mas sempre houve e haverá corpos enfermos e cansados, na Terra. Na tarefa cristã, semelhante esforço não poderá ser esquecido, mas a iluminação do espírito deve estar em primeiro lugar. Se o homem trouxesse o Cristo no íntimo, o quadro das necessidades seria completamente modificado".(7) (grifei). Os Benfeitores reenfatizam o impositivo do estudo, a fim de que a luz do entendimento nos ensine a caminhar com segurança e a viver proveitosamente. Eles estabelecem o confronto entre a fome e a ignorância - dois dos grandes flagelos da Humanidade. Qualquer pessoa pode atender à fome. Raras criaturas, porém, conseguem socorrer a ignorância. Para sanar a fome, basta estender o pão. Para extinguir a ignorância é indispensável fazer luz.

Jorge Hessen

domingo, 24 de janeiro de 2010

Abortamento

Dentre os crimes perpetrados contra a Humanidade, avulta-se, em gravidade, o abortamento delituoso.

Sejam quais forem as justificativas apresentadas para interromper- se a vida fetal em desenvolvimento - excetuando-se o aborto terapêutico para salvar-se a vida da gestante - quem se entrega ao nefando tratamento abortivo, incide em delito grave de difícil recuperação.

A vida não é patrimônio da criatura humana, que apenas empresta ao Espírito o envoltório carnal transitório, não lhe cabendo, portanto, o direito de a fazer cessar.

Além, disso, a interrupção da vida física, de forma alguma anula a de natureza espiritual, que é a verdadeira, independente da organização material, não obstante, esta, não subsista sem aquela.

A vida orgânica inicia-se no momento da fecundação, e, qualquer medida de eliminação ou impedimento do seu finalismo, significa crime, mesmo quando não considerado pelas legislações humanas...

Um filho, em qualquer circunstância, é compromisso assumido antes do berço pelos genitores, que responderão perante as divinas Leis, pelo comportamento a que se entreguem.

Em conseqüência, a união sexual não pode prescindir da responsabilidade, nem do enobrecimento do amor, a fim de que não derrape na vulgaridade do instinto, dando curso a paixões dissolventes e constituindo algema escravizadora, quando deveria ser emulação ao progresso, estímulo à felicidade e à paz.

Argumentos de natureza sócio-econômico- cultural são colocados como mecanismo de evasão ao compromisso perante a vida, gerados pelo egoísmo de quantos não desejam repartir os excessos de que desfrutam, transformando esses valores abundantes em empregos, escolas, oportunidades de dignificação social, de integração comunitária entre aqueles que padecem limite ou escassez...

Colocações e enfoques apresentados como de direito da mulher ou do homem deliberar quanto ao prosseguimento ou não da gestação, caracterizam- se pelo mesmo sentimento ególatra, que se alia ao utilitarismo e ao orgulho para escapar-se da responsabilidade.

Justificativas de superpopulação carecem de legitimidade ante a prática do aborto, por não encontrarem apoio na ética-moral nem na religião, desde que a ciência moderna oferece alguns recursos e técnicas não criminosos para o planejamento familiar.

Diante da tentação do abortamento criminoso, opta pela oportunidade para o planejamento familiar.

Já que o não podes consultar, se ele gostaria ou não de ser assassinado, faculta-lhe a bênção da reencarnação e ama-o, seja qual for a circunstância em que te chega.

Oferta-lhe carinho e ampara-o hoje, a fim de que ele te proteja amanhã.

E mesmo que o filho não te venha a amparar mais tarde, terás a consciência tranqüila, que te constituirá passaporte ante a duna da vida espiritual que atravessarás, mais tarde, livremente, ante os códigos supremos da Divina Consciência geradora e condutora da vida em todas as suas manifestações.

Livro: *Luz Viva*
Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco